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A neurocirurgia estereotáxica existe há um longo tempo e sua introdução na neurocirurgia foi impactante. Com a utilização de coordenadas cartesianas x, y, z, é possível mapear pontos do cérebro e localizá-los com precisão.

Em determinadas fases da história, a contraditória união entre neurocirurgia e indústria bélica ocorre, já que ambas convergem em um ponto: precisão. Tal fato fez com que a neurocirurgia evoluisse, de certa forma, junto com a atividade bélica. A localização de pontos da terra pelo GPS, ou alvos em uma guerra, foram muito importantes para o desenvolvimento de softwares de localização, os quais também foram incorporados pela neurocirurgia, onde existe a necessidade de máxima precisão com mínima lesão.

Dessa maneira, lesões profundas que seriam tratadas com grande retirada de calota craniana e anestesia geral, podem ser realizadas com mínimas incisões e com o paciente acordado.

Para isso é necessário colocar um arco preso ao crânio do paciente sob anestesia local, chamado arco de estereotaxia, e a utilização de softwares incorporados a tomografia computadorizada do crânio e ressonância magnética, para se chegar a localização exata do alvo.

Esse procedimento tem inúmeras indicações como biópsia cerebral de lesões profundas e em áreas eloquentes do cérebro, localização de áreas cerebrais importantes, tratamento do Mal de Parkinson quando há falha medicamentosa, distúrbios do movimento, tratamento da dor crônica central, certos casos refratários de epilepsia grave, doenças psiquiátricas como transtorno obsessivo compulsivo e em casos graves de depressão.

Todos sabem que qualquer procedimento cirúrgico tem seus riscos, porém, a combinação de precisão cirúrgica e acessos minimamente invasivos, culminam com uma internação hospitalar breve e consequentemente menores riscos ao paciente.