×

Inicialmente, o tratamento da dor pode ser feito por exercícios, aquecimento local, massagem, fisioterapia e acupuntura. Em outra instância, podem ser administrados analgésicos, anti-inflamatórios, relaxantes musculares, antidepressivos e opioides. Caso necessário, existem opções como tratamentos minimamente invasivos como radiofrequência, bloqueios, infiltrações, bombas de medicação e neuro estimuladores.

Quais as causas da dor de coluna?

Geralmente, as doenças de coluna são causadas por lesões ou disfunção do sistema nervoso em decorrência de uma ativação anormal da via da dor devido à hipersensibilidade dos mecanismos de percepção e inibição da dor. Essa hipersensibilidade é provocada pelo envio repetido de sinais de dor, que acabam gerando alterações eletroquímicas e favorecendo a sensação desagradável.

As alterações eletroquímicas são derivadas, na maioria das vezes, de lesões em tecidos ósseos, musculares ou ligamentares que, após um período de incômodo, deixam os nervos mais frágeis e propícios à dor – ainda que a origem seja solucionada.

Outros exemplos de dor permanente de coluna são a hérnia de disco e a enxaqueca. Tanto uma quanto a outra evoluem por tempo suficiente para produzir tais alterações químicas. O profundo impacto na qualidade de vida gerado pela dor de coluna requer o acompanhamento de um médico especialista em dor. Para tanto, hoje existe a especialidade chamada medicina da dor.

Criada em 2011, por resolução do CFM, a medicina da dor é um campo relativamente novo. Na verdade, as clínicas da dor existem desde meados da década de 70, entretanto, ao longo dos anos, além das especialidades de anestesiologia e neurologia; os fisiatras, reumatologistas, ortopedistas, acupunturistas e neurocirurgiões, também passaram a ser reconhecidos pelo CFM como médicos especialistas em dor.

Qual é o médico especialista em dor de coluna?

Os médicos neurologista e neurocirurgião são, comumente, responsáveis pelos tratamentos relacionados à dor de coluna, uma vez que, em sua grande maioria, esta sensação está ligada a condições nervosas. Na consulta presencial são avaliadas as condições físicas e histórico clínico do paciente, podendo também ser solicitado a realização de exames, de modo a identificar as origens da dor.

Como é o tratamento da dor de coluna?

O alívio da dor de coluna pode incluir tratamento não medicamentoso, passando por analgésicos e opioides, e ir até tratamentos minimamente invasivos como radiofrequência, bloqueios, infiltrações, bombas de medicação e neuroestimuladores. O tratamento mais adequado depende de avaliação médica presencial, assim como, das condições físicas e histórico clínico do paciente. Quando a abordagem convencional apresenta pouca resposta, pode ser interessante cogitar um tratamento intervencionista.

O que é tratamento intervencionista da dor?

O tratamento intervencionista da dor tem objetivo claro de alívio imediato da dor. Isso ocorre, primeiramente, pelo diagnóstico do local exato da dor e com a ajuda de testes guiados por imagem. Uma das características positivas desse tratamento, é a diminuição do uso de opióides e outros medicamentos que podem causar efeitos adversos. Além de reduzir custos e problemas de dependência química.

Radiofrequência para tratamento da dor de coluna:

A radiofrequência costuma ser usada como uma fonte controlada de calor regulado com propósito de coagular, destruir, lesionar ou reprogramar nervos e estruturas. Com isso, é possível reverter as alterações eletroquímicas que os tornaram hipersensíveis ou até mesmo bloquear a transmissão da sensação de dor para o cérebro. Sua aplicação é simples e tranquila, sob anestesia local e realizada com o paciente acordado. Bloqueios anestésicos também são utilizados como teste para confirmar a origem da dor e escolha correta do nervo.

A radiofrequência é aplicada através de um eletrodo posicionado com a ajuda de raio-X. O desgaste das articulações facetarias da coluna, casos de dor cervical ou dor lombar, por artrose e dor articular sacroilíaca, são problemas que costumam ser tratados com essa técnica.

Bloqueios e infiltrações:

Bloqueios e infiltrações podem ser utilizados para impedir o envio dos sinais de dor ao cérebro ao aplicar medicações e substâncias anestésicas diretamente no foco do problema. A técnica possibilita uma resposta mais eficaz, duradoura e com doses menores do que as utilizadas por via oral. Além de tratamento, estes procedimentos também podem ser utilizados na investigação da dor, sendo realizados com anestesia local e sem necessidade de internação.

Bombas de medicação:

As bombas de medicação atuam de forma semelhante às infiltrações, sendo posicionadas sob a pele para distribuir doses programadas eletronicamente. Essa tecnologia, assim como os neuroestimuladores, costuma ser adotada em casos de dores crônicas intensas, lesões duradouras ou em pacientes já operados e com quadro de dor persistente.

Neuroestimuladores:

Os neuroestimuladores, por sua vez, funcionam de forma semelhante à radiofrequência, sendo implantados cirurgicamente para transmitir impulsos elétricos de bloqueio à dor. Assim como as bombas de medicação, os neuroestimuladores podem ser reprogramados quanto a intensidade e tipos de estímulo de acordo com os sintomas do paciente sem a necessidade de uma nova cirurgia.

A dor pode ter fundo psicológico?

Circunstâncias comuns de dor crônica de fundo psicológico costumam ser a necessidade de provar constantemente que está enfermo para obter cuidados médicos, cobertura do seguro ou dispensa do trabalho, o que pode reforçar a percepção da dor. A preocupação constante de amigos e familiares que leva sempre a uma resposta positiva do paciente quando questionado sobre sua dor e até mesmo distúrbios psicológicos como transtorno e ansiedade podem provocar ou serem agravados pela dor crônica, tornando muitas vezes difícil diferenciar entre causa e efeito.

Contudo, esses são fatores inconscientes, que não estão ligados a um eventual exagero para obter benefícios particulares, quando diagnosticados que podem demandar ajuda de um psiquiatra ou psicólogo para um tratamento interdisciplinar da dor crônica.